01 novembro, 2005

Ai....


s/ título, gravura, 24,5x24,5 cm, 2004 de Brígida Machado.
Voltei de Itália assim...mas com a azafama dos embarques, mestrado, trabalho, visitas maravilhosas de amigos, feiras, casa nova, etc, dos últimos dias (semanas) não tenho tido tempo para pensar ou escrever sobre o assunto.
Muitos me perguntam e pedem para "falar" sobre a minha última viagem: Lisboa-Milão-Verona-Veneza-Florença-Milão. Aqui vai...
Adorei! Sempre tive vontade de conhecer Itália (as pastas, a língua, as quintas, os vinhos, sempre me atraíram). Um dia hei-de voltar, mas desta para conhecer o interior e as pequenas vilas.
Adorei porque fiquei em casa do N., irmão do B. (mais conhecido por Bróculo ou "The Gaffer"), e da Bida (autora desta gravura lindíssima e de muitas mais!). Para além da casinha deles ser super acolhedora, a maneira como me receberam ainda a tornou mais "cozy". Puseram-me à vontade e fizeram a sua vida normal (o que incluía adormecer ao som da música). Isto permitiu-me conhecer as "pequenas coisas" do seu dia-a-dia italiano, e do dos italianos, que muitas nos passa despercebido numa viagem turística de tão poucos dias. Por outro lado, permitiu-me descobrir as "outras" facetas do N. que me surpreenderam e agradaram. Acho que simplesmente por as desconhecer.... Assim, descobri que o N., para além de uma colecção enorme e super variada de cd's, de por música em bares, etc, está a fazer (por esta altura até já deve ter acabado) um curso de realização. Que inveja! gostava de fazer um, por curiosidade... Pedi-lhe imediatamente para me mostrar qualquer coisa dele ao que ele respondeu, imediatamente, com uma pequena curta-metragem realizada com o intuito de oferecer como carta de amor e saudades à Bida. Arrepiei-me. Emocionei-me. Afinal...quem não gostaria de receber tal carta? E poder vê-la a desenhar, em pleno processo criativo!... Claro que aproveitei o facto de estar a "viver" com ela para lhe fazer algumas perguntas (nada de profundo) sobre o assunto ;)
Fascina-me o processo criativo, observá-lo, tentar perceber como funciona, como cada artista tem o seu, como se chega ao "produto final", o que um artista sente pela sua obra, que tipo de relação existe entre os dois. Por vezes dou por mim a pensar como será a vida de uma Pina Bausch, o que passará por aquela cabeça? Como se transforma um pensamento, uma emoção, uma afirmação, para um movimento? Só consigo chegar a uma conclusão: ela é genial (eles são geniais), admiro-a (os), ...invejo-a (os).
Fico à espera da curta-metragem "Laura em Milão", ok N.? Depois de tantos dias com uma câmara a "perseguir-nos" na rua, nos museus, nos jardins, nos trams, etc gostava de ver o "produto final". Será que consegues encaixar os Bros pelo meio ;)??
Adorei as férias porque vi imensas coisas lindas e outras completamente "fora" (R. isto é o que dá passar dois fds contigo, apanhei logo as tuas expressões!). Tive imensa sorte porque apanhei vários acontecimentos fantásticos, tanto em Milão como em Veneza. Em Milão estava a decorrer a Start, vinte e quatro galerias inauguraram no mesmo dia novas exposições, a Milano Contemporanea, 90 eventos em 70 locais diferentes da cidade, uma exposição de Lucian Freud em Veneza e a Biennal de Veneza (com destaque para um israelista e um sul-americano). Mas também azar, o museu da Peggy Guggenheim fecha às terças! Em Florença fui ao Uffizi onde tive a oportunidade de ver ao "vivo" e em tamanho real a Alegoria à Primavera de Botticelli, Michelangelo, Leonardo da Vinci entre outros. Este museu é simplesmente gigantesco. A sorte foi ter encontrado um grupo de americanos com um guia fantástico que para além de falar muito bem não se importou que eu me juntasse ao gupo. Sem a sua ajuda muita coisa me teria escapado ao lado (Bida como se chamava o teu livro do significado? ou qual a editora?). Mas o mais deslumbrante talvez tenha sido o Duomo de Florença. Fiquei sem palavras e apeteceu-me correu para chegar lá mais depressa. E o contraste exterior/interior também é interessante. Mas claro... fiquei sem bateria na máquina nesse preciso momento... por um lao até torna o momento mais especial ainda...eheheheh.
E não nos podemos esquecer das pizzas fabulosas, fantásticas, gigantescas (1 pizza = 1 pessoa), a melhor carbonara da minha vida, os deliciosos cappucinos com corações desenhados, a ?tipo crepe? recheada com nutella e salpicada com chocolate quente, os imensos queijos - mozzarella e ricotta de vários tamanhos e feitios - os gelados de Florença, os salames, o presunto, os pequenos-almoços à "lord", a bolacha francesa que se derrete na boca, os mercados, os trams, os jardins, os..., os...,os!
E com tudo isto, com tanta emoção, acabei por não explicar o meu sentimento quando regressei de Milão...
Ah! E não nos podemos esquecer da pita shoarma para pequeno-almoço que me deixou enjoada e a arrotar cebola para o resto do dia :S

2 comentários:

Floppy disse...

Bem vinda do romantismo de Itália... agora, só falta descobri-lo por cá :)

Anónimo disse...

SErá q isso se pega?... Também vim assim de lx...
Ai...