Hoje no São Luiz.
"O artista neozelandês Lemi Ponifasio desenvolve o seu trabalho com um grupo de intérpretes das ilhas do Oceano Pacífico. Tempest II é uma peça de teatro que se inspira na obra homónima de William Shakespeare e nos textos políticos do filósofo Giorgio Agamben sobre a relação entre o cidadão e o Estado. Apresenta o refugiado algeriano Ahmed Zaoui, que esteve aprisionado sem julgamento numa prisão neozelandesa, e o activista maori Tame Iti, preso numa intervenção anti-terrorista na sua comunidade em Ruatoki.Uma parábola sobre os tentáculos do poder, Tempest denuncia a situação desesperada dos povos que habitam o sul do Pacífico. Invoca a viagem de Captain Cook no fim do século XVIII, a seguinte conquista colonial da Polinésia e a opressão dos povos ilhéus. A origem do nome da sua companhia, MAU, deve-se ao movimento que lutou pela independência das ilhas Samoa.No seu trabalho, Ponifasio cria uma linguagem minimalista e contemporânea, baseada nas cerimónias e cantigas das culturas locais, habitadas por humanos, deuses, pássaros, animais e antepassados. Assume a responsabilidade política de desenvolver uma linguagem artística contemporânea a partir da ostracizada cultura indígena: “A contemporaneidade é herdeira directa da tradição e não a sua bastardia”. "
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