09 fevereiro, 2009

Entrada Livre::05

No IFP (já a decorrer desde a semana passada):

HOMENAGEM A JEAN ROUCH

Em Fevereiro de 2004, Jean Rouch, cineasta e etnógrafo, morre nas estradas do Níger. Deixa uma obra cinematográfica imensa (mais de 120 filmes !) e atípica, intuitiva e inspirada: documentário etnográfico, sociológico, “cinema directo”, ficção…
Durante este mês, o Instituto Franco-Português presta-lhe homenagem apresentando um ciclo de filmes que permitirá descobrir – ou redescobrir – o trabalho de um homem livre, curioso e profundamente humanista: um “mestre louco”!

De 2 a 16 de Fevereiro às 19h00 / 21h00

SEGUNDA-FEIRA 9 DE FEVEREIRO
PETIT A PETIT (90 min.) de Jean Rouch - 1972

Damouré, que dirige em Ayorou, uma sociedade de importação – exportação chamada « Petit à Petit », decide construir um prédio e parte para Paris para ver “como é que se pode viver em casas com andares”. Na cidade, descobre as curiosas maneiras de viver da tribo dos parisienses que descreve nas “cartas persas” enviadas regularmente aos seus companheiros…

Projecção seguida de debate com Brice Ahounou, jornalista e programador de filmes etnográficos e Rosa Maria Perez, antropóloga.

TERÇA-FEIRA 10 DE FEVEREIRO
CHRONIQUE D’UN ÉTÉ (90 min.) de Jean Rouch e Edgar Morin – 1960

Prémio da Critica no Festival de Cannes, 1961.

Durante o Verão, Edgar Morin, sociólogo, e Jean Rouch vão investigar a vida quotidiana de jovens parisienses para tentar perceber a concepção da felicidade. Em torno da pergunta inicial “Estás feliz?”, surgem questões essenciais como a política, o desespero, a solidão. O grupo interrogado reúne-se finalmente para a primeira projecção do filme e os dois autores encontram-se perante esta experiência cruel mas plena de “cinema-verdade”.

Projecção seguida de debate com Brice Ahounou, jornalista e programador de filmes etnográficos e Joaquim Pais de Brito, antropólogo e Director do Museu Nacional de Etnologia.

SEGUNDA-FEIRA 16 DE FEVEREIRO
EN UNE POIGNEE DE MAINS AMIES (35 min.) de Jean Rouch e Manoel de Oliveira - 1997

“(Este filme) é como todos os sonhos de crianças: realizámo-lo em menos de uma semana, passeando nas margens do Douro (…) Manoel e eu gritando os versos de um poema inspirado pelo vento, o rio e a amizade. ” Jean Rouch.

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MOSSO MOSSO, COMME SI (73 min.) de Jean-André Fieschi – 1998.
Este encontro com Jean Rouch enquadra-se num “faz de conta”, no qual o realizador evoca o que se tornou para ele uma regra de vida e ao mesmo tempo de cinema: “Ao fazer “como se”, estamos muito mais perto da realidade”.
Uma homenagem comovente habitada pelo espírito do cineasta!


Sessão em presença (a confirmar) do realizador Manoel de Oliveira e do produtor Bernard Despomadères.

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