21 novembro, 2005

Rize

Sem dúvida um dos melhores filmes dos últimos tempos.
Com ante-estreia no DocLisboa, e mais recentemente no Nimas (obrigada floppy pelos convites), este Rize de David Lachapelle é uma lufada de ar fresco nas salas de cinema de Portugal.
David Lachapelle é um fotógrafo que já deve ter fotografado quase todas as personalidades merecedoras de um "portrait" e que já todos desejeram ser fotografados por ele. Ele é Milla Jovovich, Sylvester Stallone, Paris Hilton, Donatella Versace, Tricky, Uma Thurman, Elizabeth Taylor, Britney Spears, Kate Moss, Kylie Minogue, Marilyn Manson, Daniel Day Lewis, Paris Hilton, entre tantos outro. Depois de ter conhecimento do seu trabalho acho que dificilmente não se reconhece um retrato de Lachapelle. E enganem-se aqueles que esperam ver este tipo de "fotografia" no documentário. Ou melhor...vão ter que esperar ansiosamente. Mas aparece! E brilhante! Passei a ser fã deste homem. O documentário em si também está genial. Recordando o meu post "Ai....", em que levemente abordava o assunto, processo criativo, é realmente genial observar como estes adolescentes inventaram uma nova forma de arte (dentro da dança) apartir do nada, ou melhor, apartir de tudo o que os rodeia, de tudo o que têm dentro deles para dizer mas que não sabiam como e, apartir daquilo que lhes corre no sangue: as suas raízes. Amei os breves minutos em que Lachapelle nos mostra estes adolescentes a dançar e pelo meio nos mostra imagens de arquivo de tribos africanas também a dançar. As semelhanças são óbvias e fascinantes. E não nos podemos esquecer que a maioria destes jovens não deve conhecer muito bem estas origens. Um momento de grande tensão é o combate no estádio de LA. Continuo a achar que no último combate a decisão do "árbitro" não foi correcta. Devia ter ganho o puto! ;)
Resumindo, AMEI, recomendo e acho que vou pedir ao Pai Natal como presente.

4 comentários:

Anónimo disse...

Este merecia mesmo comentário... Também fui ver este documentário e também amei:
Esteticamente é portentoso, deslumbramo-nos com as cores, com as pinturas, com os corpos, que sem ginásio adquirem a dureza da rua que cruza com a agilidade que só um Clowning ou Krumping permitem.
Sociologicamente é fantástico, pois é mais uma janela para a realidade da Sociedade Americana, mais especificamente para a zona problemática de South Central, Los Angeles, marcada por motins e distúrbios durante os últimos 60 anos e que apesar de um sem numero de destruições, sempre consegui erguer-se das cinzas, fazendo do que restava tudo o que era preciso, é a fornalha das novas trends.
Antropológicamente é de notar que um dos povos mais brutalmente desenraizados das suas Terras, Culturas, Deuses e Mitos se encontre, gerações passadas, mais perto que nunca de recuperarem um espaço e papel para a sua individualidade cultural nas sociedades que são as suas.
Um documentário que levanta a ponta do véu, Clowning ou Krumping não são apenas uma "danças da moda", são uma afirmação culturais, são gritos de incentivo a todos que precisam de RIZE UP da opressão em que as nossas modernas sociedades os mergulharam.
!!!!A não perder!!!

arte-i-factos disse...

:) Pois, era isso que eu queria dizer no meu post...já percebo porque poucos me entendem ;) não sei utilizar as palavras.
Olha, já conheces o blog contacontos? participa! tens jeito e vais gostar :)
www.contacontos.blogspot.com

Anónimo disse...

Tanto tempo sem fazer nenhum, e nem nos lembramos de ver o BARAKA!!...

Floppy disse...

Ainda bem que gostaste... assim, fiquei com mais curiosidade, teho que ir ver!

Obrigada pela publicidde ao Conta Contos! Ontem, tivemos o 2º encontro lá em casa, foi mto giro :)